sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sucesso na Auto-Hipnose

Por Thiago Ferreira - Hipnólogo

A auto-hipnose é uma ferramenta excelente e extremamente eficaz  para ajudar a atingir objetivos pessoais variados. Mas apesar de ser um recurso que está ao alcance de todos os que se dispõem a estudar e fazer uso desta maravilhosa ferramenta, muitos acabam fracassando ao tentar aprender a usá-la. Se descartarmos a possibilidade de o aprendiz não ter realmente se dedicado ao aprendizado da técnica de modo disciplinado, fato que acontece com razoável frequência, o motivo da falha é, geralmente, a atitude excessivamente analítica.
  Durante o processo processo de indução da hipnose, o hipnólogo procura ultrapassar ou desativar, total ou parcialmente, o lado crítico (analítico) da mente do sujeito e estimular o lado imaginativo. Na auto-hipnose o hipnólogo e o sujeito são a mesma pessoa. E acaba havendo uma situação paradoxal em que um indivíduo tenta utilizar a parte analítica de sua própria mente para estimular seu lado imaginativo e assim, por final, ultrapassar ou inibir sua própria parte analítica. E é aí que começam os problemas.
  Para que possamos conseguir nos auto-hipnotizar e aceitar nossas próprias sugestões, não podemos julgar as sugestões e nem nossa reação às mesmas, enquanto as aplicamos. Uma das principais (se não a principal) causas de falhas ao se tentar a auto-hipnose é a tendencia natural de analisarmos o processo enquanto praticamos. E essa é uma das melhores maneiras de sabotar a própria auto-hipnose. Quando tentamos descobrir se estamos ou não hipnotizados ou em que nível de transe estamos, nós estimulamos justamente a parte de nossa mente que devemos inibir para conseguirmos uma auto-hipnose eficaz, que é a nossa parte analítica. 
  Ao praticar auto-hipnose, não devemos nos preocupar se estamos ou não em transe. Não devemos analisar absolutamente nada. Um hipnólogo sabe que a hipnose está funcionando quando percebe que as sugestões estão sendo aceitas. Na hipnose podemos fazer testes para nos certificarmos de que tudo está dando certo. Na auto-hipnose, especialmente quando ainda não temos muita prática, tentar fazer testes hipnóticos pode ser algo contra-produtivo. Pois ao realizar testes, tendemos a ativarmos nosso lado analítico, o que provavelmente impedirá nosso sucesso. 
  Existem muitas maneiras de fazer a auto-hipnose funcionar, mas na minha opinião, um dos modos mais simples e eficazes de atingir esse objetivo, é adotar uma postura mental relaxada e despreocupada. Devemos passar por todo o processo auto-hipnótico (auto-indução, aplicação de sugestões pós-hipnóticas e saída do estado), sem nos preocupar se está ou não funcionando. O teste para saber se o sucesso com a auto-hipnose foi ou não obtido, é feito através da observação dos resultados das sugestões pós-hipnóticas. Se as sugestões dão um resultado positivo, sabemos que o sucesso foi alcançado.
  Devemos, durante o aprendizado, utilizarmos sugestões simples, como: “na próxima vez que eu praticar auto-hipnose, conseguirei relaxar de modo muito mais fácil, rápido e profundo do que consegui agora”. E com a prática, na medida em que percebemos nossos progressos, nos tornamos mais confiantes e podemos começar a sugerir coisas muito mais complexas, como controle da dor, melhora da memória, controle de hábitos, superação de limitações, ou seja, há uma infinidade de possibilidades.
  A auto-hipnose é um recurso poderoso e que, quando bem aplicado, pode trazer resultados que, de outra forma, seriam muito difíceis ou quase impossíveis de se conseguir. Seu aprendizado exige um certo nível de dedicação e disciplina, pois a prática deve ser constante, mas as recompensas são excelentes para aqueles se aplicam ao domínio da técnica. Conseguir dominar a auto-hipnose é conseguir um real e consistente autodomínio. Portanto, mãos à obra! Os resultados falam por si só.